De onde veio a palavra “meme”?

Você sabia que “meme” nasceu na biologia antes de virar zoeira na internet? Saiba como a palavra surgiu e por que ela representa muito mais que figurinha no WhatsApp.

De onde veio a palavra “meme”?

Hoje você abre o WhatsApp e já tem meme novo antes mesmo de escovar os dentes. É vídeo, print, montagem, figurinha, bordão… meme virou parte da nossa linguagem. Mas já parou pra pensar quem inventou essa palavra? E mais: será que ela sempre foi associada a humor e internet?

Spoiler: o criador de “meme” não tinha absolutamente nada a ver com TikTok ou Twitter. O cara era biólogo.

Um termo nascido na ciência, não no Zap

Em 1976, o biólogo britânico Richard Dawkins lançou um livro chamado O Gene Egoísta (The Selfish Gene), onde ele apresenta uma ideia ousada: nem tudo que a gente herda vem só dos genes. Alguns comportamentos, crenças, símbolos e tradições também se replicam de forma quase biológica, passando de pessoa pra pessoa — mas pela cultura.

Dawkins precisava dar nome a essa “unidade cultural” replicável. Pegou emprestado o termo grego “mimeme” (algo que é imitado) e simplificou para “meme”. A ideia era que o meme se comportasse como um gene: ele se espalha, evolui, sofre mutações e luta pra sobreviver.

Sim, o primeiro meme era mais Darwin do que Gretchen.

📚 Fonte: Oxford University Press – Richard Dawkins: The Selfish Gene

Da biologia pra zoeira online

Nos anos 90, o conceito começou a ganhar terreno na internet, mas ainda como algo meio nerd. Eram piadas de fóruns, gifs malfeitos, imagens com frases engraçadas — um território bem diferente do que virou depois.

Com a chegada das redes sociais e a explosão de plataformas como 9GAG, Reddit, Facebook e depois Twitter, Instagram e TikTok, os memes se tornaram o idioma universal da web. Hoje, eles são parte essencial da comunicação digital, da política ao marketing, passando por tretas de celebridades e campanhas publicitárias.



Meme virou ferramenta de influência

Se antes o meme era só piada, hoje ele movimenta campanhas, levanta bandeiras, cancela celebridades e elege políticos. Literalmente. Em 2016, a campanha de Donald Trump foi considerada por especialistas como a primeira grande campanha eleitoral “memificada”, com conteúdos virais sendo impulsionados de forma estratégica. Fonte: The Atlantic

No Brasil, não é diferente: de “Cala a boca, Galvão” ao “Juntos e shallow now”, memes ajudaram a moldar discussões culturais, econômicas e até sanitárias. Lembra da briga do álcool gel com o papel higiênico na pandemia? Pois é, meme também.

A ironia que o próprio Dawkins não esperava

O mais curioso é que Richard Dawkins, ateu fervoroso e crítico do pensamento religioso, usou o meme para explicar a replicação de ideias… mas acabou criando uma ferramenta que virou religião pra internet. Um dogma do humor. Uma entidade caótica que ninguém mais controla.

Em uma entrevista de 2013 para o canal Big Think, o próprio Dawkins disse que “ficou surpreso com o rumo que a palavra tomou, mas não exatamente decepcionado. É só uma evolução do conceito”. Fonte: Big Think – Richard Dawkins on Memes

No fim das contas, um meme é mais que uma figurinha no grupo da família. É uma ideia com pernas próprias. Começa em um lugar, muda de forma, ganha novos significados e, quando você vê, tá todo mundo repetindo. Igualzinho um gene, lembra?

E agora que você sabe de onde veio a palavra “meme”, vai ser difícil mandar aquele do “sapo cururu tocando berrante” sem pensar em Darwin.

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